A arte milenar do “Punho da Flor de Ameixeira” ganha nova vitalidade

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(Foto: Reprodução / Heze)

Na vila de Wangfangzhuang, no distrito de Shiji, em Juancheng, província de Shandong, um evento tradicional movimenta a comunidade todos os anos no sétimo dia do primeiro mês lunar: o grande Festival de Demonstração do Punho da Flor de Ameixeira (Meihua Quan). Mais de cem praticantes se reúnem para essa celebração marcial, trocando técnicas e fortalecendo laços. Milhares de espectadores acompanham, alguns buscando aprender os movimentos, outros apenas para apreciar de perto o vigor e a elegância desta arte marcial milenar. Os gritos firmes dos lutadores se misturam aos aplausos animados da plateia, alimentando o entusiasmo coletivo pela tradição.

O Meihua Quan, ou “Punho da Flor de Ameixeira”, é uma técnica ancestral que remonta a 479 a.C., com quase 3.000 anos de história. Enraizada profundamente na região de Qilu (atual Shandong), chegou à vila de Wangfang em 1890. Seus movimentos, à primeira vista simples, revelam uma complexidade tática refinada, sendo altamente eficaz para defesa e ataque, além de fortalecer o corpo e estimular o raciocínio. Não demorou para conquistar a população local, tornando-se parte da identidade da vila, que passou a ser conhecida por sua tradição marcial.

O mestre Wang Yuquan, 17ª geração da linhagem, relembra que a prática era onipresente em sua infância: “Todos na vila aprendiam, dos idosos às crianças pequenas. Todos sabiam executar os movimentos básicos.” Ele começou aos quatro anos e, aos sete, já se destacava na equipe de artes marciais do condado. Aprendeu com grandes mestres e, em 1989, foi selecionado como atleta da equipe municipal de Heze. Em 1992, participou de uma competição de habilidades militares, combate e técnicas de imobilização, conquistando o primeiro lugar. Em 1993, tornou-se discípulo do renomado mestre Chen Yong, vice-diretor do Instituto de Wushu da Província de Shandong e fundador da Escola de Wushu do instituto. Desde então, Wang Yuquan tornou-se um dos principais guardiões do Meihua Quan. Em novembro de 2021, a arte foi reconhecida oficialmente como patrimônio cultural imaterial da província, e Wang foi nomeado herdeiro representativo do estilo.

Para Wang, preservar o patrimônio não significa apenas repetir o passado, mas sim inovar com respeito às raízes. “Hoje, o Meihua Quan incorpora elementos mais esportivos, o que o torna mais atraente para as novas gerações”, explica. A Associação de Meihua Quan de Juancheng também trabalha ativamente na organização e preservação dos estilos tradicionais, registros históricos e formação de novos talentos, mantendo a prática viva e dinâmica.

Os frutos desse esforço já aparecem: Wang Yuquan hoje atua como treinador-chefe do centro de treinamento em Jinan, capital da província. Sob sua orientação, seus discípulos se destacam: cinco conquistaram títulos nacionais e doze venceram competições em nível estadual. Ele também promove eventos e apresentações para aproximar o público geral dessa arte antiga e viva.

Ao longo de gerações, o Meihua Quan floresceu em Juancheng graças à dedicação dos mestres e à capacidade de adaptação. A fundação da associação distrital, em 1992, marcou um ponto alto da institucionalização da arte.

Hoje, a prática está profundamente integrada à vida local. Juancheng conta com mais de 30 mil praticantes, sendo mais de 20 mil oficialmente iniciados por mestres. Um ditado popular resume bem essa realidade: “O Meihua Quan está por toda parte em Juancheng.” A arte não só revelou inúmeros talentos marciais como também contribui significativamente para a saúde e o bem-estar da população local.

(Texto de Liu Qingqing)

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